sábado, 8 de junho de 2013

Tempo, tempo, tempo...



Há tempos não escrevo aqui. Foi um tempo em que muito aconteceu em minha vida.

Resolvi fazer um movimento em meu jardim: retirei as ervas daninhas, revolvi a terra, adubei, plantei novas sementes, novas flores, novas árvores. No percorrer desse processo, me feri em alguns espinhos, me machuquei, chorei... Até perceber que o que eu precisava mesmo era me redescobrir e me reinventar.

Hoje enxergo um pouco mais além do que a antiga acomodação me permitia. Talvez eu tenha amadurecido, não sei... O que sei é que hoje quero que minhas decisões sejam mais assertivas, quero ouvir a voz que vem do meu coração, quero a concretude de meus projetos, quero o que é verdadeiro, o que vem de dentro.

Imagino que muitas pessoas devem ter passado pelo que passei, afinal, não sou descobridora dos 7 mares e nem é essa minha intenção. Porém, hoje consigo perceber que tudo tem seu tempo. Tempo de plantar, tempo de cuidar, tempo de colher, tempo de saborear...

Meu tempo é hoje, aqui e agora!



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Primavera (Cecília Meireles)

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, - e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, - e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, - e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, - e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida - e efêmera.

(Do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998).


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Viver bem!

Um repórter perguntou à CORA CORALINA o que é viver bem?

Ela lhe disse:

“Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.  E digo prá você, não pense.

Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu  não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e  isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o  que lê.

O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.

Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.

Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros.

Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa  abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de  mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.

Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor".

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Inverno 2011 Botões: Coleção Maria Bonita

À convite da querida amiga e estilista Ananda Sette, fiz as fotos da coleção Inverno 2011 de sua loja, a Botões. Intitulada Maria Bonita, a rainha do cangaço, a coleção vem com as cores que estarão com tudo nesse inverno, além de muito xadrez e da delicadeza das rendas e flores! Adorei!!!

Passem na loja e confiram de perto!
Rua Fernandes Tourinho, 97
Savassi, Belo Horizonte – MG
Tel.: (31) 3223-5152

Visitem também o blog: http://modabotoes.blogspot.com/



quarta-feira, 27 de abril de 2011

Delicadeza sem igual!

Vejam a delicadeza do trabalho da bióloga e artista plástica Ruth Albernaz!
Sua inspiração vem dos Biomas do Brasil, especialmente os biomas Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica.
Fiquei tão encantada que posto aqui sua arte que agora está em minha casa!
 O sabiá estava cantando no alto da Samaúma/ Uma flor rosa caiu no meu colo/ Um perfume pairou no ar/ A presença da natureza.

Conheçam essa coleção: http://ruthalbernaz.blogspot.com/2011/03/nova-colecao-esta-sendo-criada-passaros.html